Antigamente...
Era a imensidão da planície
Rasgada pela voz agreste do morgado
E nós vergados como mouros de sol a sol de lés a lés
A gretar as mãos a crestar os pés
Era a imensidão da planície
Rasgada pela voz agreste do morgado
E nós vergados como mouros de sol a sol de lés a lés
A gretar as mãos a crestar os pés
e nós tombados como espiga a verter
Suor e suco da vida
Antigamente...
Era a secura da voz aprisionada na garganta
E nós estrangulados no fato
Suor e suco da vida
Antigamente...
Era a secura da voz aprisionada na garganta
E nós estrangulados no fato
de foice em riste, enchada ao alto
A fender a terra a rasgar o pranto
A bater o queixo ao frio cortante
Antigamente...
Era o poço sem fundo do nosso estômago
a estalar como um sobreiro
Se protestávamos o agrário chamava a guarda
E mascarados pela noite
vinham buscar alguns de nós para apodrecermos na prisão
Antigamente...
Brotavam cardos das almas e dos campos
Dos nossos pratos a açorda acompanhada de pão e azeitonas
Mas veio um dia o vento suão
a afagar os campos, a varrer o orvalho das manhãs
A brotar dos peitos, a estoirar nos cantos, a serrar correntes destes punhos feitos côtos
Depois partimos aqui mesmo na nossa terra à conquista do caminho que sabíamos
À força de punho a rasgar a terra que outros deixaram
Ao som da razão, a sentir, a criar, a desbastar as trevas que nos fizeram
Depois fizemos cooperativas onde antes era um inferno
Depois nasceu o pão das pedras e dos cardos
Depois de passo certo criavam-se postos de trabalho
Depois ao som do arado fomos cantando em côro
E houve, até, quem penssasse que os abutres tinham morrido
Mas os abutres não morreram
Aí estão outra vez.
A fender a terra a rasgar o pranto
A bater o queixo ao frio cortante
Antigamente...
Era o poço sem fundo do nosso estômago
a estalar como um sobreiro
Se protestávamos o agrário chamava a guarda
E mascarados pela noite
vinham buscar alguns de nós para apodrecermos na prisão
Antigamente...
Brotavam cardos das almas e dos campos
Dos nossos pratos a açorda acompanhada de pão e azeitonas
Mas veio um dia o vento suão
a afagar os campos, a varrer o orvalho das manhãs
A brotar dos peitos, a estoirar nos cantos, a serrar correntes destes punhos feitos côtos
Depois partimos aqui mesmo na nossa terra à conquista do caminho que sabíamos
À força de punho a rasgar a terra que outros deixaram
Ao som da razão, a sentir, a criar, a desbastar as trevas que nos fizeram
Depois fizemos cooperativas onde antes era um inferno
Depois nasceu o pão das pedras e dos cardos
Depois de passo certo criavam-se postos de trabalho
Depois ao som do arado fomos cantando em côro
E houve, até, quem penssasse que os abutres tinham morrido
Mas os abutres não morreram
Aí estão outra vez.
2 comentários:
Amigo, estou a procura de luciano barata. por ventura vc foi jogador de futebol o clube os belenenses?
Não,amigo Jozivaldo, não cheguei a jogar nesse grande clube OS Belenenses.
Um abraço.
lucianobarata
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