segunda-feira, outubro 23, 2006

Eu e o "Estica" sem o "Bucha"




Teatrando

Vidas, máscaras, sonhos, distúrbios. Casos complicados que vagueiam por dentro das veias do teatro em busca de marcações à esquerda ou à direita para cenas reais, as quais nunca terminam, num palco, na última cena do 1º acto.

Por isso improvisam razões profundas, estimuladas num espaço de arena onde se cruzam a ficção e a realidade; Onde se fundem o coerente e o paradoxo e onde a luminosidade é recortada num acetato discretamente colorido, com a qual se põe a nu a fragilidade do personagem e seus comparsas.


Actores, vítimas, algozes, juízes, réus, vagabundos, sonâmbulos sem eira nem beira dão passagem ao foco de um projector que nem por sombras ilumina a penumbra das suas almas.

Pelo balcão reentram também figuras ilustres na busca de um protagonismo que não merecem; Pois são vedetas, galãs, estagiários, coristas perfumadas com channel duvidoso e que dão ares a canastrões descartáveis,em busca de uma deixa que nunca lhe é dada.

Tudo isso é sentido e perpetrado da ribalta onde os expectantes olhos de algum curioso se deixa envolver até ao epílogo da nossa história.

História, satírica, dramática, cruel no requinte do fazer de conta porque a vedeta desta vez, é uma figura misógina, mas real, no lugar do travesti afeminado, mas com certos trejeitos e encantos nos modos populares, de um qualquer país, deste terceiro mundo globalizado.
L.B