sábado, março 27, 2010

Dia Mundial do Teatro


Teatrando 3


Vidas, máscaras, sonhos, distúrbios

Casos complicados que vagueiam por dentro das veias do teatro

em busca de marcações à esquerda ou à direita para cenas reais

as quais nunca terminam num palco na última cena do 1º acto.

Por isso improvisam razões profundas, estimuladas num espaço

de arena onde se cruzam a ficção e a realidade, onde se fundem

o coerente e o paradoxo e onde a luminosidade é recortada

num acetato discretamente colorido, com a qual se põe a nu

a fragilidade do personagem e seus comparsas.

Actores, vítimas, algozes, juízes, réus, vagabundos, sonâmbulos

sem eira nem beira dão passagem ao foco de um projector

que nem por sombras ilumina a penumbra das suas almas.

Pelo balcão reentram também figuras ilustres

Em busca de um protagonismo que não merecem

Pois são vedetas, galãs, estagiários, coristas perfumadas

com channel duvidoso e que dão ares a canastrões descartáveis,

em busca de uma deixa que nunca lhes é dada.

Tudo isso é sentido e perpetrado da ribalta onde os expectantes olhos

de algum curioso se deixa envolver até ao epílogo da nossa história.

História, satírica, dramática, cruel, no requinte da contracena,

porque a vedeta desta vez, é uma figura masculina real no lugar do travesti

talentoso, mas com certos trejeitos e encantos populares, e que habita no mais fundo

deste país, que tão bem faz de conta.




sexta-feira, março 19, 2010

Estreia - Dia Mundial do Teatro - Sábado 27 Março


"Não Pagamos! Não Pagamos!"
de Dario Fo

ESTREIA ADIADA
para o Dia Mundial do Teatro
27 Março 2010
com 2º Espectáculo / Domingo 28 Março
ambos no Multiusos de Águas de Moura às 21.30h








domingo, março 14, 2010

quarta-feira, março 10, 2010

S A U D A D E !


Há entre mim e a noite
Uma janela de saudade
Com sombras cortadas à espada
Que choram no suplício dos dias
A sede da tua ausência

Olho-te com olhos de casas vazias
E atravesso portas
Como se penetrasse no peito
Do teu corpo de lua cheia

Agora tu não existes
Mas deixa-me inventar-te
Porque tu és feita de mar
E eu apenas um rio
Que corre em maré cheia
E a querer em ti desaguar

Tento construir em todas as ruas
O teu nome em arabescos coloridos
Mas que se leiam no fundo
Do tempo sem memória

Pois para além de mim
Há beijos enlouquecidos
Que ficaram à beira mar
Quando o sol se Pôs.