Fomos nós que pensámos não ter voz
Que pensávamos não ter corpo
Nós que frequentávamos as prisões
Que éramos censurados em cada gesto
Em cada passo
Que éramos censurados em cada gesto
Em cada passo
Nós que nos reuníamos em segredo
Que prostituímos o corpo
Por Franças e Alemanhas
E onde nos davam o ordenado
Nós que semeámos Alentejos e além-tejos
Nós que exploramos as minas
e que fomos explorados
Sempre a bater na bigorna
Sempre a contar o ordenado
Nós que fazíamos as greves
Cada vez com mais razão
Que uma manhã
Uma madrugada
Rasgámos os punhos ao cheiro
de um Tejo diferente
E caímos esperançados nos braços
de muita, muita gente.
E caímos esperançados nos braços
de muita, muita gente.
E seremos também Nós
Que havemos de reinventar
um outro País novo
onde se viva um outro futuro
que não se esqueça do Povo.
2 comentários:
Lindo poema, Luciano!
Fantástico! Parabéns por tudo o que és. Sou tua fã! ;-) E continua a lutar por aquilo que acreditas. Beijinhos da Clara
Bonito e...verdadeiro!
Mais parabéns da minha parte.
1 abraço fraterno
saramagoprowls
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