sexta-feira, setembro 11, 2009

Pôr de Lua!

A lua encheu o peito de pranto
tornou-se triste e sempre em crescendo
ficou morta de cansaço.

A noite era fria o céu envergonhado
Mas a bramir por vingança escondeu-se noite adentro
e cabisbaixo ali permaneceu.

Ela tipo contraluz estava como sempre
fulgurante bonita
Os olhos mantinham-se
Expressivos
sinceros
solidários e cinzentos.

No rosto um sorriso resgatado
Despontando a nascente
quedou-se no tempo de um
O corpo afável e terno que prometia
esconder a lua dentro da pele
se necessário fosse.

Na cidade
encerravam ocorrências e lojas de pronto a vestir onde autocarros apinhados teimavam em deslizar sorrateiramente.

Na rádio uma cantora rouca de voz mal cocada
deitava fora uma canção em que falava de um sol redondo.
Anunciavam-se ainda
Uma nova marca de chicletes um brutal aumento da gasolina
E mais uma fábrica que encerrava desta vez em Paços de Ferreira.

Na rua protestava-se não contra o desemprego mas porque o fulano de tal que marcava muitos golos na terra dele já não vinha para o Benfica.


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