segunda-feira, agosto 31, 2009

sábado, agosto 22, 2009

Adeus a MORAIS e CASTRO!


(Companheiro de teatro e de uma viagem à Tunisia em 2005)

Águas e pedras do rio meu sono vazio
não vão acordar
Águas das fontes calai Ó ribeira chorai
que eu não volto a cantar
Rios que vão dar ao mar deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai Ó ribeiras chorai que eu não volto a cantar
Águas do rio correndo Poentes morrendo p´rás bandas do mar
Águas das fontes calai Ó ribeiras chorai que eu não volto a cantar
Rios que vão dar ao mar deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai Ó ribeira chorai que eu não volto a cantar.
Zeca Afonso

MUNICÍPIO DO BARREIRO E PROJÉCTOR – GRUPO DE TEATRO

O Município do Barreiro e o Projéctor – Grupo de Teatro assinaram, a 20 de Agosto, no Espaço Institucional da Mostra Empresarial e Institucional, no recinto das Festas do Barreiro, um protocolo que visa a criação de condições que permitam ao Projector a produção de espectáculos com regularidade, a organização de acções de iniciação e formação teatral e o desenvolvimento de outras actividades que entenda convenientes para estimular a criação teatral e a aproximação do público ao teatro.

sexta-feira, agosto 21, 2009

Um poema cada vez mais do nosso Tempo


Dificuldades em Governar!

Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar. Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairía das minas
Se o ministro do Trabalho não fosse tão inteligente.

Sem o ministro da Saúde mais nenhuma mulher poderia ficar grávida Sem o ministro do Exército nunca mais haveria guerra.

E atrever-se ia a nascer o sol sem a autorização do 1º Ministro? Não é nada provável e se o fosse nasceria por certo fora do lugar.

É também difícil, ao que nos é dito,dirigir uma fábrica. Sem o patrão As paredes cairíam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.

Se algures fizessem um arado Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses: E quem,
De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? E que
Seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.

Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do 1º Ministro
Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.

Ou será que
Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?

Bertolt Brecht

domingo, agosto 09, 2009


Memória

-Vão-lhe desenhando as costas com a ponta da matraca.
Vá fala. Quem te deu esses papéis?


Lá fora já se acenderam há muito os anúncios luminosos; aqueles que aconselham o bálsamo tal para a dor de dentes, os outros dos pensos milagrosos e o leite de colónia para você mulher bonita. “De colónia é o leite que você deve usar, leite de colónia p´ra beleza realçar".


-Com quem te reunias?


Ali a boca formou pilar com os dentes e a raiz das unhas sentiu fincarem-se as unhas.
Na telefonia, uma eterna cantora destrói uma velha canção, em que fala na emancipação das mulheres e na quadratura do círculo.
Na rua saindo de táxis há mulheres envolvidas em casacos de peles.

-Porque escrevias nas paredes?


Novamente a mesma muralha no olhar e o derramamento de um cérebro em catapultas de sono e de sofrimento.
Na 1ª página dos jornais dizia-se: Que a princesa já tinha noivo.
Que lá fora se torturavam os presos políticos.
Que o Benfica não ganhara outro campeonato.
E que o carro, saíra ao senhor fulano de tal.

-Deixem-no, está morto! Tragam outro!

quinta-feira, agosto 06, 2009

Que Importa!


Que importa

que adormecesses

no meu sonho

feito de pétalas

de chuva

e fúria de tantos dias

repetidos dobrados na bruma

na imensidão

de um oceano a exigir

amanhecer por dentro

da tempestade

num ritual de ninfas

e vidas adiadas

que importa

que importa…

que acordes

Depois!...

segunda-feira, agosto 03, 2009

Finalmente!... alguém vai preso!


7 Anos de prisão para Isaltino Morais.


O autarca volta a dizer-se inocente e garante que mantém a candidatura como independente à Câmara Municipal de Oeiras

O presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, foi condenado esta segunda-feira, no Tribunal de Sintra, a sete anos de prisão e perda de mandato pelos crimes de fraude fiscal, abuso de poder, corrupção passiva para acto ilícito e branqueamento de capitais. O autarca ficou ainda obrigado a pagar uma indemnização de 463 mil euros à Administração Fiscal.

O colectivo de juízes do Tribunal de Sintra deu como provados quatro dos sete crimes imputados ao presidente da autarquia de Oeiras, constituído arguido há quatro anos no âmbito de uma investigação sobre contas bancárias por declarar na Suíça e na Bélgica, cujos registos remontam aos anos de 1990.

Durante a leitura do acórdão no Tribunal de Sintra, que se prolongou por quatro horas, o colectivo de juízes concluiu que Isaltino Morais "revelou total ausência de consciência crítica como cidadão e como detentor de cargo político", estabelecendo que, de 1990 a 2003, o presidente da Câmara Municipal de Oeiras fez uso de cargos públicos para obter benefícios financeiros. O Tribunal considerou mesmo que, ao longo do julgamento, o autarca procurou "negar o inegável", ao "pretender ocultar ser o verdadeiro titular" das contas na Suíça.

O Ministério Público acusou Isaltino Morais de ter procedido a depósitos superiores a 1,32 milhões de euros em contas bancárias na Suíça entre 1993 e 2002, período em que auferiu 351.139 euros enquanto autarca. Segundo a acusação, o autarca recebia desde 1986, altura em que encetou funções na Câmara Municipal de Oeiras, "dinheiro em envelopes entregues no seu gabinete" com vista ao licenciamento de permutas de terrenos, loteamentos ou construções.

O colectivo de juízes considerou, porém, que não ficou provado que as contas na Suíça, tivessem por base contrapartidas de "tratamentos de favor". Razão pela qual o crime de branqueamento de capitais ficou circunscrito ao valor dado como provado: 35 mil euros.

Isaltino Morais foi absolvido da prática de um crime de participação económica em negócio e da prática de dois crimes de corrupção passiva para acto ilícito, uma vez que o Tribunal considerou que não foi produzida "prova em julgamento". O colectivo declarou ainda perdido a favor do Estado um terreno em Cabo Verde oferecido ao autarca, por constituir produto do crime de abuso de poder e do crime de fraude fiscal.