domingo, fevereiro 28, 2010

domingo, fevereiro 21, 2010

Amanhã talvez!..


Talvez um dia hei-de encontrar os olhos
trocados no meu sonho e procurar
por dentro dos telhados, no seu leito às avessas, um rio inquieto

Em ti guardei o meu desejo em noites por dormir,alimentando um fogo que era meu, em busca do grito das aves que todas as primaveras me visitam com carácter de urgência.

Tantas vezes coloquei a cabeça no teu tempo com a noite a ameaçar
a sombra das minhas palavras.

Hoje sinto que tenho sede desses olhos que endoidecem
a alegria do girassol e habitam em casas que vestem de silêncio o corpo dos meus dias.


domingo, fevereiro 07, 2010

O meu mar!


Desembarquei aqui
Neste rumor do vai vem
Incerto das ondas.








A minha vida sentou-se
à beira do mar
Com o rosto aberto
e frio no coração.

No leito do teu corpo
Haviam margens a desbravar
E madrugadas
com sede do meu amor.

O teu sonho era a minha praia
a medrar todos os dias
em maré cheia
onde ficavam restos de ternura
pelo chão
quando o rio pensava
em desaguar

Descobrir-te
foi um tempo de alegria
com pássaros a nascer
por entre os dedos
a voar na esperança
de te encontrar

Este apelo
De espuma e anseios
levar-me-á
ao romper do teu canto
onde as palavras
têm os pulsos imóveis
com rosas duras nos gestos
e travo a mulheres maduras.

Pela manhã
Partirei
De novo
Nessas ondas
Onde o amor
Serás tu

Certamente!